quarta-feira, 16 de maio de 2012

RJ: Polícia dá 15 folgas e fim de semana em Angra por prisão de traficante


Rio -  O comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio, tenente-coronel Fábio Souza, inovou no marketing e na forma de estimular sua equipe a obter resultados, criando uma “promoção” como forma de recompensa inusitada e talvez inédita na corporação.
Cartaz com a 'promoção' | Foto: Raphael Gomide / IG
Um cartaz no mural de avisos do Choque se assemelha a um anúncio do Velho Oeste e avisa: “Grande Promoção do Batalhão de Choque: Na prisão de ‘Canelão’ ou ‘Neto’ ganhe 15 dias de folga + um fim de semana em Ilha Grande”. Embaixo do texto, no cartaz, há imagens dos dois criminosos, como “procurados” pelo Disque-Denúncia. A recompensa oferecida por Canelão é R$ 2 mil, e R$ 1 mil por Neto.
Inácio de Castro Silva, o Canelão, e Amaro Pereira da Silva, o Neto, são apontados como os dois principais traficantes remanescentes na Rocinha, após a tomada e ocupação da PM na maior favela do Brasil. Eles seriam ainda os responsáveis por alguns dos 11 assassinatos ocorridos na Rocinha desde a ocupação, entre os quais o de Feijão - supostamente morto a mando de Canelão.
Foi uma equipe de policiais do Batalhão de Choque que prendeu o chefão do tráfico na Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, em novembro. A unidade era responsável pelo cerco tático à favela e prendeu Nem quando ele tentava fugir no porta-malas de um carro.
Para o comandante, Fábio Souza, a medida tem o objetivo de estimular os policiais. Em vez de prêmio em dinheiro, o soldado receberia valorizadas folgas e o descanso em uma pousada na parasidíaca ilha em Angra dos Reis. "O batalhão dá o fim de semana em Ilha Grande", disse ao iG, rindo, o tenente-coronel Fábio.
'Canelão' é procurado pela polícia | Foto: Divulgação
O Choque continua a atuar na favela de São Conrado, junto com o CPP (Comando de Polícia Pacificadora), sob o comando do major Édson, ex-Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). Atualmente, três equipes da unidade continuam a patrulhar a comunidade.
Em grupamentos de oito PMs, os soldados do Choque circulam de 8h às 20 e de 20h às 8h. Um desses grupos pode ter a sorte de ganhar a recompensa. Desde a troca do comando da PM, em setembro, o Batalhão de Choque passou a ter um novo papel operacional, tornando-se cada vez mais uma tropa de elite operacional da PM, ao lado do Bope, com atuação tática importante.
Para isso, foram designados para o comando da unidade dois ex-integrantes do Bope, o tenente-coronel Fábio Souza ("caveira" 90) e o subcomandante, major Vinícius ("caveira" 93). Na opinião do comandante, a prisão de Nem pela unidade aconteceu em um momento importante de mudança de perfil da unidade e ajudou os soldados a ganhar reconhecimento e aumentar a auto-estima.
O Choque recebeu, em abril, o prêmio do Sistema Integrado de Metas da Secretaria de Segurança, por ter se destacado entre as unidades especiais por cumprimento de metas e inovação.

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