segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O ESTRESSE E O POLICIA MILITAR


Hoje estava lendo noticias dos principais jornais paulistas, cariocas e outros de menor renome, mas todos com sua importância, principalmente na formação de opinião publica, quando algo me chamou a atenção: após várias reportagens registradas nesses folhetins e  lidas com maior atenção era notório que tinha um fator em comum.
A principio  que aparentava ser a maldade humana e a falta de compaixão, por tanta violência e casos de pura crueldade. Porém analisando melhor os fatos constatei que é justamente as situações que  estressam as pessoas no seu cotidiano que as conduzem a esse tipo comportamento, alem do fato de que alguns profissões transparecerem serem mais afetada e seus profissionais mais vulneráveis, não sendo assim uma atitude do ser humano, mas uma forma de expressão contra algo invisível que de uma maneira estranha o coloca em risco.
É o caso dos profissionais da área da saúde, educação, segurança publica e tantas outras, que devido à exposição diária de fatores de extremos e influenciados pelo baixo salário, rotina exaustiva de insegurança, cobranças, responsabilidade direta sobre vidas, a falta de reconhecimento, a falta de esperança e, principalmente, na descrença na justiça e do justo governamental, acabam se contaminando.
Fatos que me remeteram ao passado e aos dizeres de um professor que batia sempre na mesma tecla: “Uma pessoa sem esperança, sem motivação, sem crença acabará se sucumbindo no seu superego ou será um homicida em potencial, então alunos acreditem e estudem por mim e principalmente por vocês”.
Parando um pouquinho para refletir sobre isso colocamos a situação do nosso policial militar, que passa um momento critico no aumento da escala de violência, onde não sabe se vai morrer numa emboscada na frente da família ou durante o serviço, em contrapartida o apoio que recebe do Estado, nenhuma proposta concreta ou noticiais positivas, motivos que não lhe dão esperança para um amanhã melhor, quando chega a sua morada é constantemente lembrada pela falta de dinheiro, as dividas que se amontoam, ou cobrado sua presença no seio de sua família, o aumente do escalas e dos dias de bico, o medo em seu interior se torna ainda mais transluzido, tem medo de falecer, de colocar em risco sua família, de não corresponder com as aspirações de seus familiares e profissionais, sendo que muitas vezes pior a cobrança vem de dentro de si e não pelos olhares de seus familiares ou de outras pessoas, mas dentro de si.
Aí me pergunto: qual é motivação desse homem para desempenhar essa profissão de tanta responsabilidade? O que vejo que a cada dia que passa as pessoas estão mais desmotivadas, amedrontadas e passiveis de atitudes desesperadas.
A que ponto chegou, estamos vendo irmão cometendo crimes bárbaros, são rotulados com marginais fardados, porém ninguém esta percebendo que estes policiais passam por um estresse profundo, de modo que a eliminação do inimigo para ele é como se estivesse salvando sua própria vida e de seus familiares. Talvez para esses acometidos pelo estresse seja como o alivio de uma crise eminente, uma resposta ao sistema e ao crime organizado, no entanto, não conseguem perceber naquele momento do mau que estão praticando.
Esse quadro que hoje é uma endemia, mas se não for tratado é semelhante a uma bomba relógio, explodindo e se tornando uma epidemia nas instituições, não havendo mais como conter tais ocorrências.
O que o profissional busca hoje: - que a segurança publica fosse realmente levado a sério, assim como ações concretas, que fossem estudas e simultaneamente divulgadas, talvez estejam esperando o impossível acontecer, que algum líder se pronunciasse e desse o exemplo encabeçando uma cruzada por efetivação de melhorias salariais, morais, profissionais e de logísticas. Que alguém viesse e fosse sincero, honrado, corajoso e que realmente conhecesse a segurança não através de livros e teses para além disso, através da vivencia, empiricamente como autor e escritor, não parecendo apenas com politicagem e ações milagrosas.
Este profissional esta descrente das falsas oratória, da iludibriação de falsos partidos e políticos, de associações mercenárias, comandantes descompromissados, e de tudo que se entrelace com a corrupção moral e financeira.
O que realmente clama é de um líder, de uma pessoa honesta, independente e com idéias verdadeiros que desembainhe a sua espada da justiça e prol de todos os policiais para que se evite a morte de inocentes e a prisão de pais de famílias atingidos por este nervosismo que esta atingindo todo efetivo e levando ao erro ultimamente tão contumaz  descrito nas matérias jornalísticas.
Nada adianta utilizar se do verbo se não houver uma ação positiva e concreta para retirá-lo dessa situação, caso contrario, estarão fartados a morte institucional, profissional e familiar, rotulados e não tratados com deveriam ser.
Temos que buscar mecanismo para salvar esse irmão e evitar que o “caus” se instale de forma epidêmica, para tanto somente com a valorização salarial, profissional e leis que garante a segurança do policial e de seus familiares para que conseguimos reverter esse diagnostico infeccioso, pois estamos chegando a um ponto que todo o engodo, a enrolação que o policial foi submetido todos esses anos o tornou imune a esta estratégia governamental, balança a cabeça com o sim e toma as atitudes de forma radical como um meio de sobrevivência.
O primeiro passo é passar a admitir que o desgaste da corporação e o comportamento violento desses policiais é reflexo direto do estresses, da falta de esperança e do comprometimento da sociedade, do governo e do próprio efetivo para o serviço policial e com o próprio homem policial.
Pense nisso e caso concorde com pelo menos uma linha de tudo isso, que tome uma atitude ou que pelo menos não critique o comportamento de que esta tomando o caminho errado acreditando que esta fazendo o bem para ele, seus familiares e você, ajude-o a encontrar o caminho certo.
Que hoje seja um dia iluminado a todos e que Deus nos proteja.

Um comentário:

  1. Prezado Genildo, concordo plenamente com o seu posicionamento e já aposentado, com mais de trinta anos de serviço, vivi muitas das situações a que você se refere. Meu ponto de vista é que as entidades representativas da categoria deveria pressionar mais por um permanente acompanhamento psicológico dos policiais, para isso bastaria uma maior atenção dos chefes imediatos para detectar comportamentos e atitudes que poderiam merecer um cuidado especial, casos como depressão, irritabilidade, euforia exagerada, tristeza e etc... Mas, tudo isso depende, é claro, de comandantes sensíveis a essa problemática, coisa rara de se ver, mesmo na minha Instituição a Polícia Federal. Então nos resta rezar para que um dia, quem sabe, se Deus ajudar...Um grande abraço e Parabéns!

    ResponderExcluir