quinta-feira, 31 de março de 2011

O Major Araújo foi mal interpretado



A imprensa faz um papel muito importante para a sociedade, é um meio de propagar ideias, de lançar reivindicações, denunciar fatos errados, e, principalmente, o de formar opinião, seja ela contra ou a favor a algo.
Já se passavam do meio-dia quando a imprensa goiana começou a noticiar que fora desencadeada uma “mega operação” da Polícia Federal prendendo vários policiais militares sob suspeita de estarem participando de um grupo de extermínio. A partir daí, as lentes da informação se concentravam em buscar a fundo um furo de reportagem. Ainda sob as lentes da nossa impiedosa imprensa, com uma melodia auspiciosa, bailaram com a PF, num verdadeiro espetáculo mostrando os PM’s sendo presos e algemados como bandidos, sem mesmo o direito de terem um advogado ao lado, pois se fossem ladrões de carros, estupradores, logo quando chegarem ao DP, estaria lá um advogado de porta de cadeia ao seu lado, e “ai se a autoridade policial não deixar acompanhar seu cliente”. E no caso dos PM’s, por que não deixaram que os advogados tivessem acesso ao inquérito? Alguém da PF disse que tudo estava correndo sob segredo de justiça. Mais tarde, um jornal de Goiás publicou supostas escutas interceptadas autorizadas pela Justiça. Onde que está o segredo de justiça, os advogados dos PM’s não puderam ter acesso, mas esse “digno” jornal pode? Então não precisamos de “justiça”, a própria imprensa julga e condena, maculando uma instituição com mais de 150 anos servindo a sociedade goiana, com o risco da própria vida.
Após a Operação Sexto Mandamento, a imprensa começou a questionar todos os confrontos entre policiais e bandidos, dizendo que todos foram execuções. Em resposta à todas essas acusações, o representante da PM na Assembleia o Major Araújo vestiu a camisa e começou a questionar as prerrogativas prescritas em lei, onde fala que militar deve ficar preso em unidade militar. Causando uma celeuma maior, o deputado abraçou para si o projeto de lei que desarma a PM, já que a imprensa, direitos humanos e outras dignas instituições, batiam em cima da mesma tecla, “...vamos analisar os confrontos... ...esses confrontos têm que ser evitados.” Quando o Major Araújo propôs criar uma lei que desarmasse a PM, foi um grito de protesto, uma maneira de chamar a atenção da sociedade de que a PM carrega a Segurança Pública nas costas, e que os confrontos podem acontecer. Alguns jornalistas inteligentes e sérios, imbuídos de ética profissional entenderam essa mensagem, mas outros simplesmente acabaram, desmoralizaram com a atitude do deputado. Os representantes de classes dos sargentos e a de cabos e soldados foram infelizes em não saberem interpretar a mensagem velada do Major Araújo como forma de reflexão, até um indivíduo com pouca instrução percebia tal mensagem (olha que tem alguns jornalistas que compõem esse rol).
Não vou fazer como jornalistas irresponsáveis, que se utiliza da generalização para causar repercussão ao caso Sexto Mandamento, simplesmente critico uma minoria que não tem ética profissional, se prezam em falar, falar, dramatizando fatos em busca da audiência, pois a maioria é compromissada e abraça a profissão.
A imprensa irresponsável (uma pequena parcela) tem culpa na manipulação das mudanças ocorridas na PM. Quatro Policiais Militares que foram covardemente rendidos, humilhados e algemados tiveram que pedir clemência por suas vidas a bandidos inescrupulosos, um absurdo, um verdadeiro tapa na cara de todos nós que dependemos e confiamos na PM. Os bandidos estão fazendo festa com a saída da Rotam e da desmotivação do restante da tropa. A Rotam nunca deveria ter saído das ruas, bandidos não têm medo da legislação penal, e sabem que tem ao seu favor os direitos humanos. “Será que os direitos humanos foram visitar os policiais vítimas dos bandidos?”
Só falta sair “naquele” jornal, que o episódio ocorrido com os PM’s não passou de uma brincadeira de mau gosto por parte dos bandidos. Rotam neles! “Ops, de preto lógico.”
(Eduardo Castro da Silva, acadêmico de História pela UFG)
FONTE: www.dm.com.br

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