domingo, 17 de abril de 2011

Secretário de Goiás provoca terceira crise na segurança pública via Twitter


Um grupo de deputados estaduais já articula convocar o secretário, em data ainda a ser marcada, para dar explicações na Assembleia Legislativa sobre as declarações feitas no microblog. A informação é do deputado estadual Evandro Magal, que comentou o assunto. “Esta não é uma postura de um secretário de Estado. Ele deveria resolver problemas, se houver, dentro do gabinete. Fechado entre quatro paredes”, comentou o parlamentar.
As mensagens publicadas na terça-feira à noite pelo secretário de Segurança Pública, João Furtado, no Twitter, reclamando da atuação de parte da Polícia Militar eram comentadas ontem em todas as rodas de conversa nas polícias Civil e Militar e dominou as discussões na Assembleia Legislativa. Em suas postagens no microblog, Furtado Neto acusou a existência de uma “banda pobre” na PM responsável por tentar corromper a tropa.
O secretário refere-se a esta parcela da PM como sendo “os inertes, acomodados, conspiradores, corruptos, preguiçosos” e promete apurar as faltas e demitir os culpados. “Chega de operação padrão, tartaruga, lesma ou qualquer que seja o nome da manobra, patrocinada ou não! Já tenho os nomes de todos”, postou o secretário no Twitter. Ontem, Furtado novamente não quis falar publicamente sobre o assunto.
Um grupo de deputados estaduais já articula convocar o secretário, em data ainda a ser marcada, para dar explicações na Assembleia Legislativa sobre as declarações feitas no microblog. A informação é do deputado estadual Evandro Magal, que comentou o assunto. “Esta não é uma postura de um secretário de Estado. Ele deveria resolver problemas, se houver, dentro do gabinete. Fechado entre quatro paredes”, comentou o parlamentar.
Magal afirmou que João Furtado Neto nada tem feito para amenizar a crise instalada na PM desde a Operação Sexto Mandamento, no dia 15 de fevereiro deste ano, quando 19 militares foram presos suspeitos de atuarem em um grupo de extermínio.
A primeira divergência entre o secretário e a PM ocorreu à tona logo após a operação da Polícia Federal, quando João Furtado Neto postou que a PM estaria proibida de fiscalizar caça-níqueis, insinuando que alguns militares agiam em parceria com os criminosos. No dia seguinte à declaração, o secretário negou que tivesse feito tal pronunciamento e alegou ter sido mal interpretado.
Uma semana depois, no final de março, ele afirmou, de novo no Twitter, que as equipes das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) voltariam ao trabalho imediatamente, depois de ficar quase um mês aquartelada devido à tentativa de intimidação aos veículos de comunicação e aos jornalistas da Organização Jaime Câmara. Novamente, o secretário “corrigiu” a informação depois.
Boa parte da PM critica anonimamente a decisão do secretário de interromper o trabalho da tropa. A corporação chegou a abrir inscrições para o curso de Rotam – necessário para atuar na tropa especializada no combate a ocorrências de maior vulto -, mas não houve número suficiente de candidatos e até hoje não começou a ser ministrado. Sem ele, novas equipes da Rotam não são formadas e, consequentemente, a tropa não tem condição de voltar a atuar.
Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Raimundo Nonato de Araújo Sobrinho, o secretário, ao publicar os textos no Twitter, fazia uma referência ao aumento no índice de furtos e roubos de veículos em 25,12% no primeiro trimestre do ano em relação ao ano passado.
“Estive reunido com ele agora (ontem) e foi o que ele me explicou. Para resolver a questão, amanhã (hoje) vamos reunir Polícia Civil e Militar com o secretário. Só digo que não é uma atribuição apenas da PM o combate ao furto e ao roubo de veículos no estado”, afirmou o militar.
O comandante-geral da PM disse ainda que a tropa está trabalhando e produzindo muito e que não existe operação padrão ou tartaruga como o secretário escreveu. “Ontem (quarta-feira) foram vinte ocorrências de grande vulto. Dez delas resultaram em flagrantes. Isso não caracteriza uma operação tartaruga”.

Fonte: O Popular

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