segunda-feira, 26 de março de 2012

Corregedoria do Senado pede ao MP informações sobre Demóstenes


Relatório da PF contém escutas do senador com Carlinhos Cachoeira.
Corregedor diz que providência depende do acesso ao material.

A Corregedoria Parlamentar do Senado pediu nesta segunda-feira (26) à Procuradoria-Geral da República acesso a um relatório da Polícia Federal que contêm o teor de conversas entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro por suposto envolvimento com jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.
Reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta sexta (23) afirma que gravações telefônicas em poder da PF mostram que o senador pediu R$ 3 mil emprestados e vazou informações de reuniões oficiais para Carlinhos Cachoeira.
O relatório está na PGR desde 2009, mas ainda não foram anunciadas investigações. O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), diz que só poderão ser tomadas providências na Casa após o acesso ao material.
"Nós devemos tomar uma atitude a partir do momento em que a Procuradoria-Geral da República der ao Senado o direito de ver e avaliar todas as provas", disse Vital do Rêgo.
No Senado, colegas de Demóstenes subiram à tribuna para cobrar informações sobre a relação entre o senador e o empresário. "O caso é grave, é grave. E esta Casa da federação não terá moral para notificar, para convidar, pra intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT).
Prisão
Cachoeira foi preso pela PF no fim de fevereiro em uma ação contra o jogo ilegal e está em uma prisão federal em Mossoró (RN). Nesta segunda, a Justiça Federal negou pedido de liberdade da prisão preventiva.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, citou que outros parlamentares de Goiás são mencionados nas investigações da PF. Ele analisa pedido de esclarecimento sobre as denúncias contra Demóstenes.
O senador, contudo, desmente as acusações. Em sua conta do Twitter, Demóstenes publicou, no domingo (25), que não fez nada que pudesse envergonhar o Senado Federal, seu estado, Goiás, ou o Brasil.
"Não faço parte nem compactuo com qualquer esquema ilícito, não integro organização ilegal nem componho algo do gênero. Desminto essas inverdades em respeito a minha família, aos meus amigos, às minhas colegas e meus colegas senadores, a Goiás e ao Brasil", disse.


Nenhum comentário:

Postar um comentário