quinta-feira, 1 de março de 2012

Não sei se vou ter espaço para mostrar minha inocência', diz Cel. Katayama

'Não sei se vou ter espaço para mostrar minha inocência', diz Cel. KatayamaCoronel está entre os militares listados para depor na PF (Foto: Humbeto Silva)

José Cácio Júnior

Listado entre os policiais militares que irão depor na Polícia Federal (PF) sobre a Operação Monte Carlo, o coronel da Polícia Militar (PM) Sérgio Katayama, comandante do Policiamento da Capital (CPC) entregou seu cargo à cúpula da PM nesta quarta-feira (29/2) e lamentou a mancha que a citação do seu nome no processo pode acarretar na carreira.
 
Katayama foi informado hoje pelo seu comandante de que estava na lista e foi à Corregedoria da PM. Depois de confirmar a situação, ele deixou sua carteira de identidade militar e foi conversar com o comandante-geral dos militares, coronel Edson Costa Araújo. O sub-comandante do CPC, o tenente-coronel Márcio Gonçalvez Queiroz, assume o comando interinamente.
 
Por telefone, Katayama afirmou ao AR que não sabia o teor do seu envolvimento apontado pela PF e nem o dia que teria que depor. Afirmando ser uma "situação precária", o militar teme que o fato acabará com sua carreira na polícia.
 
"Não sei se vou ter espaço para mostrar minha inocência. Demorei anos para construir minha carreira e de repente vejo meu nome jogado na lama. É uma situação muito triste", afirmou Katayama, aparentando desânimo.
 
O secretário de Segurança Pública e Justiça (SSPJ), João Furtado Neto, o comandante da PM e a delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, divulgaram nota na noite desta quarta-feira (29/2) afirmando que as instituições contribuirão com a PF e Ministério Público Federal nas investigações. No entanto, eles não se pronunciarão por agora pois as investigações correm em segredo de justiça.
 
Operação
Após 15 meses de investigação com apoio do MPF e do Escritório de Inteligência da Receita Federal em Brasília (DF), a PF deflagrou a operação Monte Carlo, que investiga suposta máfia de jogos de azar, como jogo do bicho e caça-níqueis.
 
A operação foi colocada em prática nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro e Tocantins e tinha o objetivo de cumprir 45 mandados de prisão, sendo oito preventivas, 27 temporárias e dez de condução coercitiva, além de 37 de busca e apreensão.
 
Entre os presos em Goiás estão o empresário de Goiânia Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o ex-presidente da Câmara Municipal Wladmir Garcez. Os dois foram encaminhados para a PF de Brasília. De Goiás também estão envolvidos dois delegados da Polícia Federal (PF), seis da Polícia Civil (PC), três tenentes, um capitão, um major, dois sargentos, quatro cabos, 18 soldados da Polícia Militar (PM), um agente e um servidor do Poder Judiciário

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